Dos 50 aos 60
Resolvi comemorar os meus 50 anos de idade em Morretes, no Santuário Nhundiaquara, um lugar fantástico. Foi um almoço com barreado e para sobremesa as famosas balinhas de banana.
No final do ano fomos nós quatro, Wande, eu, Gui e Isadora passar o ano novo em Nova York e também para deixar o Guilherme por lá, para estudar e tentar algo na área de cinema. Ao deixá-lo no aeroporto, fiquei arrasada. Mesmo sabendo da importância desta experiência para ele, chorei o vôo inteiro de volta para o Brasil.
Em 2009, a Cia completaria 40 anos de existência, então resolvi fazer uma festa inesquecível.
Muita coisa chata aconteceu pois a direção do teatro na época não se interessou em ajudar, e inclusive fez de tudo para atrapalhar: Não liberou nenhum dos palcos, não deixou que fosse colocado o nome do Ballet Guaira na capa do convite e como eu precisava de recursos financeiros tiver que emprestar dinheiro no banco, da minha mãe e raspei as minhas economias para realizar o evento.
A festa acabou acontecendo no espaço do Estação Convention Center, para 400 convidados, entre eles: bailarinos e ex-bailarinos, diretores da Cia e do teatro, além de várias autoridades.
Na sequência descobrimos que a minha mãe tinha um tumor na bexiga, e foram os 06 meses mais difíceis da minha vida, com toda a família correndo entre internamentos e tratamentos. Ela sempre foi muito saudável, alegre e otimista. Para nós foi muito duro vê-la doente. Ela veio a falecer em 15 de fevereiro de 2010, coincidentemente no dia aniversário do meu pai.
Logo após o falecimento da minha mãe, a Fundação Cultural de Curitiba, me convidou para assumir o cargo de Coordenadora de Dança. Aproveitei a oportunidade para exercitar o meu lado de administradora aliado a minha formação artística, desenvolvendo várias atividades: elaboração e realização de editais públicos para apoiar jovens artistas criadores; comemoração do Dia Internacional da Dança, com interação de outras áreas artísticas; as interessantes "Tardes de Dionísio"que eram performances de dança, música e teatro; palestras sobre a história da dança em escolas públicas.
Vídeo onde como Coordenadora da Fundação Culutral, onde faço uma homenagem ao Dia Internacional da Dança.
Nesta época eu já vinha pensando em me aposentar dos palcos, mas foi um processo doloroso, lento e muito intenso. Sempre me fazia a pergunta: "O que vou ser quando crescer?"
A Cia estava sob a direção de Andréa Sério, e eu acumulava o trabalho na Fundação Cultural com o da Cia. Em setembro de 2011, decidi fazer a minha despedida dos palcos, aproveitando que a Ana Botafogo vinha se apresentar na cidade e precisava de uma apresentação de abertura para o espetáculo dela.
Estava com 35 anos de carreira, realizada e plena. Sabia que era este o momento em que mesmo deixando os palcos, eu tinha energia e disposição para atuar em outra área.
A noite da despedida, foi emocionante. Na primeira parte, os rapazes da Cia dançaram a coreografia "13 Gestos de um Corpo", de Olga Roriz e assim que eles sairam de cena, o palco escureceu. Então eu e o Wande lentamente caminhamos em direção um ao outro, e começamos a dançar o dueto do personagem "Beatriz" do balé "O Grande Circo Místico" de Carlos Trincheiras. Foi ao som de piano e violino, tocados por músicos da nossa orquestra sinfônica. Escolhi este dueto, pois ele marcou profundamente a minha carreira.
E então veio a surpresa: assim que terminamos a apresentação, eu estava preocupada em sair logo do palco para que a montagem do cenário da Ana Botafogo não atrazasse. Mas enquanto eu fazia a minha reverência ao público, notei que as cortinas não se fechavam. De repente, olhei para trás e vi todos os rapazes da Cia com enormes buquês de flores nas mãos. Um por um, os bailarinos foram vindo na minha direção e me entregando os buquês. Eu parecia uma criança, e não contive a minha emoção.
Vejam o vídeo feito pelo Gui, da minha despedida:
Em 2012, ainda como Coordenadora da Fundação Cultural de Curitiba, realizei a I Bienal Internacional de Dança de Curitiba. Para o evento trouxemos espetáculos de Cias internacionais e nacionais de dança, promovemos oficinas e palestras. Com o Wande me ajudando a coordenar os grupos e as montagens dos espetáculos, conseguimos um excelente trabalho.
No dia seguinte do encerramento da Bienal, recebi uma ligação de O Boticário, para que eu fosse conversar com a diretora de Branding da empresa. Eu fui então preparada achando que a empresa teria visto o meu trabalho na Bienal e que provavelmente iriam nos apoiar na segunda edição do evento.
Mas para minha surpresa, a diretora queria me convidar para ser Coordenadora da área de Gestão de Patrocínios, pois a empresa decidiu que a Dança era a área artística que mais dialogava com a marca. Ela precisava ter um setor que montasse um planejamento estratégico para apoiar os projetos referentes à esta área. Fiquei em choque mas feliz pelo convite, mesmo sabendo do enorme desafio que eu tinha pela frente.
Pedi a minha saída da Fundação Cultural de Curitiba e o meu primeiro dia na empresa foi interessante: eu cheguei de manhã cedo e a sala estava com as luzes apagadas. Ao acendê-las olhei aquele espaço enorme cheio de mesas com computadores, me deu um frio na barriga e pensei: "Meu Deus!, será que eu morri num túnel e nasci aqui?". Mas sabia que tudo é um enorme aprendizado e que esta seria uma enorme oportunidade para ajudar tantos artistas talentosos da Dança pelo país afora.
Foi um ano muito produtivo, pois o Guilherme foi contratado para o Sesc PR, como Analista de Cinema e a Isadora iniciou a sua trajetória na área de produções de eventos na Bliss Eventos Especiais, fazendo casamentos, eventos empresariais e festas.
Criamos então o Programa O Boticário na Dança, que incluía um edital nacional para seleção de projetos e o Festival O Boticário na Dança. A minha equipe era eu e o Ciro Arendt. Tinham também a Ivana Faust e a Mariana Leodoro, da área de comunicação, que me ajudaram muito nesta caminhada.
Assistam ao vídeo institucional para o lançamento do programa. Ficou lindo e inspirador!
Em fevereiro de 2014, meu pai veio a falecer. Ele estava dormindo e foi muito triste estar ao lado dele naquela hora e ver que nada mais poderia ser feito.
Neste ano recebemos o prêmio Aberje de Comunicação. Para mim, foi um momento especial por todo trabalho, dedicação e carinho das diversas equipes que apoiaram nosso projeto. Na foto da revista estou ao lado de Sandro Rêgo, gerente dos Assuntos Corporativos e Imprensa, e de Artur Grynbaum, presidente do Grupo O Boticário. O Programa O Boticário na Dança, apoiou mais de 200 projetos e realizou 03 festivais. Fizemos história dentro da empresa, tendo o reconhecimento da mídia e de outras instituições.
Depois de quase três anos de muito trabalho e realizações, saio em julho de 2015 da empresa, mas com a sensação de dever cumprido e de ter deixado um legado para a instituição. Começo então uma etapa da minha vida, me sentindo realizada, mas com muita energia para gastar!
Eu e o Wande fizemos algumas viagens internacionais que há muitos anos desejávamos: Austrália, Costa Oeste dos EUA com a Isadora e Canadá. Como é bom conhecer novas terras, outras culturas e paisagens deslumbrantes!
Em janeiro do ano seguinte, eu estava na praia com a família e sempre nas conversas aparecia o desejo de fazermos algo comercial relacionado às comidas da família. A partir desta conversa a Luiza, minha irmã e eu, tivemos a idéia de fazer para vender pela internet, vários produtos inspirados nas receitas da família: pães, pizzas, biscoitos e tortas. Criamos então a "Gulodices da Berenice", em homenagem à nossa mãe, e na sequência, desenvolvemos a logo marca, as embalagens e os cardápios para as encomendas.
Assim que começamos já fizemos sucesso e fomos inclusive convidadas por um programa de TV para mostrar a execução da receita das bolachas de castanha. Fiquei por dois anos na empresa e depois a Luiza continuou com o empreendimento.
Vejam que bacana eu e a Luiza no vídeo.
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| Festa dos 50 anos com Guilherme e Isadora |
Em 2009, a Cia completaria 40 anos de existência, então resolvi fazer uma festa inesquecível.
Muita coisa chata aconteceu pois a direção do teatro na época não se interessou em ajudar, e inclusive fez de tudo para atrapalhar: Não liberou nenhum dos palcos, não deixou que fosse colocado o nome do Ballet Guaira na capa do convite e como eu precisava de recursos financeiros tiver que emprestar dinheiro no banco, da minha mãe e raspei as minhas economias para realizar o evento.A festa acabou acontecendo no espaço do Estação Convention Center, para 400 convidados, entre eles: bailarinos e ex-bailarinos, diretores da Cia e do teatro, além de várias autoridades.
Assista ao vídeo feito em comemoração aos 40 anos do Ballet Teatro Guaira.
Na sequência descobrimos que a minha mãe tinha um tumor na bexiga, e foram os 06 meses mais difíceis da minha vida, com toda a família correndo entre internamentos e tratamentos. Ela sempre foi muito saudável, alegre e otimista. Para nós foi muito duro vê-la doente. Ela veio a falecer em 15 de fevereiro de 2010, coincidentemente no dia aniversário do meu pai.
Logo após o falecimento da minha mãe, a Fundação Cultural de Curitiba, me convidou para assumir o cargo de Coordenadora de Dança. Aproveitei a oportunidade para exercitar o meu lado de administradora aliado a minha formação artística, desenvolvendo várias atividades: elaboração e realização de editais públicos para apoiar jovens artistas criadores; comemoração do Dia Internacional da Dança, com interação de outras áreas artísticas; as interessantes "Tardes de Dionísio"que eram performances de dança, música e teatro; palestras sobre a história da dança em escolas públicas.
Vídeo onde como Coordenadora da Fundação Culutral, onde faço uma homenagem ao Dia Internacional da Dança.
Nesta época eu já vinha pensando em me aposentar dos palcos, mas foi um processo doloroso, lento e muito intenso. Sempre me fazia a pergunta: "O que vou ser quando crescer?"
A Cia estava sob a direção de Andréa Sério, e eu acumulava o trabalho na Fundação Cultural com o da Cia. Em setembro de 2011, decidi fazer a minha despedida dos palcos, aproveitando que a Ana Botafogo vinha se apresentar na cidade e precisava de uma apresentação de abertura para o espetáculo dela.
Estava com 35 anos de carreira, realizada e plena. Sabia que era este o momento em que mesmo deixando os palcos, eu tinha energia e disposição para atuar em outra área.
A noite da despedida, foi emocionante. Na primeira parte, os rapazes da Cia dançaram a coreografia "13 Gestos de um Corpo", de Olga Roriz e assim que eles sairam de cena, o palco escureceu. Então eu e o Wande lentamente caminhamos em direção um ao outro, e começamos a dançar o dueto do personagem "Beatriz" do balé "O Grande Circo Místico" de Carlos Trincheiras. Foi ao som de piano e violino, tocados por músicos da nossa orquestra sinfônica. Escolhi este dueto, pois ele marcou profundamente a minha carreira.
E então veio a surpresa: assim que terminamos a apresentação, eu estava preocupada em sair logo do palco para que a montagem do cenário da Ana Botafogo não atrazasse. Mas enquanto eu fazia a minha reverência ao público, notei que as cortinas não se fechavam. De repente, olhei para trás e vi todos os rapazes da Cia com enormes buquês de flores nas mãos. Um por um, os bailarinos foram vindo na minha direção e me entregando os buquês. Eu parecia uma criança, e não contive a minha emoção.
Vejam o vídeo feito pelo Gui, da minha despedida:
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| Brindando a minha despedida |
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| Homenagem dos bailarinos |
Em 2012, ainda como Coordenadora da Fundação Cultural de Curitiba, realizei a I Bienal Internacional de Dança de Curitiba. Para o evento trouxemos espetáculos de Cias internacionais e nacionais de dança, promovemos oficinas e palestras. Com o Wande me ajudando a coordenar os grupos e as montagens dos espetáculos, conseguimos um excelente trabalho.
No dia seguinte do encerramento da Bienal, recebi uma ligação de O Boticário, para que eu fosse conversar com a diretora de Branding da empresa. Eu fui então preparada achando que a empresa teria visto o meu trabalho na Bienal e que provavelmente iriam nos apoiar na segunda edição do evento.
Mas para minha surpresa, a diretora queria me convidar para ser Coordenadora da área de Gestão de Patrocínios, pois a empresa decidiu que a Dança era a área artística que mais dialogava com a marca. Ela precisava ter um setor que montasse um planejamento estratégico para apoiar os projetos referentes à esta área. Fiquei em choque mas feliz pelo convite, mesmo sabendo do enorme desafio que eu tinha pela frente.
Pedi a minha saída da Fundação Cultural de Curitiba e o meu primeiro dia na empresa foi interessante: eu cheguei de manhã cedo e a sala estava com as luzes apagadas. Ao acendê-las olhei aquele espaço enorme cheio de mesas com computadores, me deu um frio na barriga e pensei: "Meu Deus!, será que eu morri num túnel e nasci aqui?". Mas sabia que tudo é um enorme aprendizado e que esta seria uma enorme oportunidade para ajudar tantos artistas talentosos da Dança pelo país afora.
Foi um ano muito produtivo, pois o Guilherme foi contratado para o Sesc PR, como Analista de Cinema e a Isadora iniciou a sua trajetória na área de produções de eventos na Bliss Eventos Especiais, fazendo casamentos, eventos empresariais e festas.
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| Eu com o Ciro |
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| Mariana, eu e Ivana |
Criamos então o Programa O Boticário na Dança, que incluía um edital nacional para seleção de projetos e o Festival O Boticário na Dança. A minha equipe era eu e o Ciro Arendt. Tinham também a Ivana Faust e a Mariana Leodoro, da área de comunicação, que me ajudaram muito nesta caminhada.
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| Festa da empresa com o meu gerente Bruno |
Assistam ao vídeo institucional para o lançamento do programa. Ficou lindo e inspirador!
Em fevereiro de 2014, meu pai veio a falecer. Ele estava dormindo e foi muito triste estar ao lado dele naquela hora e ver que nada mais poderia ser feito.
Neste ano recebemos o prêmio Aberje de Comunicação. Para mim, foi um momento especial por todo trabalho, dedicação e carinho das diversas equipes que apoiaram nosso projeto. Na foto da revista estou ao lado de Sandro Rêgo, gerente dos Assuntos Corporativos e Imprensa, e de Artur Grynbaum, presidente do Grupo O Boticário. O Programa O Boticário na Dança, apoiou mais de 200 projetos e realizou 03 festivais. Fizemos história dentro da empresa, tendo o reconhecimento da mídia e de outras instituições.
Depois de quase três anos de muito trabalho e realizações, saio em julho de 2015 da empresa, mas com a sensação de dever cumprido e de ter deixado um legado para a instituição. Começo então uma etapa da minha vida, me sentindo realizada, mas com muita energia para gastar!
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| Foto de Daniel Katz |
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| Sydnei, Austrália |
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| Grand Canyon, EUA |
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| Produtos da Gulodices da Berenice |
Vejam que bacana eu e a Luiza no vídeo.
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